domingo, 22 de abril de 2012

RELATO: FOI A MINHA ESCOLA

Por Cláudio Oliveira
Já conhecia a situação deplorável que se encontram as instalações da Escola Estadual Hilton Gurgel de castro, o CAIC, em Mipibu, onde estudou em 95% da minha vida escolar. Era uma escola onde se aprendia e se gostava de estar, não que hoje os profissionais de lá sejam ineficientes em suas funções, mas porque havia toda uma estrutura física que acolhia.

Passando por lá estes dias, resolvi rever locais onde brincava, corria, estudava e, enfim aconteciam os primeiros namoricos na pré-adolescência. O que deveria ser apenas melancolia pela saudade de um passado legal, tornou-se em decepção ao ver como se encontram as instalações daquela que foi a minha escola e onde está o passado escolar de boa parte da poulação mipibuenses que estudava lá até o início dos anos 2000.

Convido aos que lá estudaram para relembrar um pouco do que era e de como está hoje o CAIC.

No alto do primeiro andar (lembro que era uma novidade nos anos 90 estudar em primeiro andar) faltam janelas. Isso mesmo, janelas. Fiquei imaginando em dias de chuva, como se improvisa para estudar e percebi como estudava ali confortavelmente comparando-se à situação de hoje.

Por aí era comum brincar, correr. Claro sem tanto mato. Sentar ali embaixo do vão da quadra era muito comum e agradável. Hoje deve ser morada de insetos peçonhentos.

Logo na entrada da escola, um, dois, vários buracos na tela. Era interessante quando a gente ficava ansioso aguardando a hora que o vigia abriria o portão para entrarmos correndo. Hoje, entra-se por qualquer lado.

Até a placa do posto de saúde que funciona no andar de baixo está deteriorada. Em dias sem aulas, custa acreditar que alguém estude ali.

Olhando um pouco para o alto, a janela de onde, de uma das salas vizinhas à biblioteca (um dos meus lugares preferidos) observava-se a rua. A janela praticamente não existe mais.

A caixa dágua que no alto trazia aquele boneco símbolo do Caic (Logomarca da Pronaica - Programa de Atenção Á Criança e ao Adolescente) também não indica mais que ali funciona um estabelecimento de ensino.

Como era divertido escorregar ali naquele pequeno monte antes gramado e hoje cheio de mato. Em horários vagos, ótimo local para jogar conversa fora e se vê o fim da tarde chegar. também servia para estudar.

Quem não identificou, esta aí é a porta de um banheiro/vestiário que fica em frente á mangueira. lembro-me que nunca estava aberto. Não era utilizado. Hoje vive escancarado.

A intenção deste relato não é nem de longe culpar governo A ou B, mas mostrar como as coisas foram boas e como ainda podem ser, basta querer fazer.

4 comentários:

Anônimo disse...

O problema é que gastam milhões para construir e pouco se investe em manutenção.Daí a creche anexa ao CAIC virou um sucatão e o CAIC ,que seria uma escola modelo,está virando outro sucatão.A culpa é de todos os governos de todas as esferas que não investem em educação.Estão construindo outra creche modelo com recursos federais,se não mantiverem virará outro sucatão em 15 ou 20 anos.

JOTA VERAS disse...

Grande Cláudio!
Essa retrospectiva é prova viva que passamos por momentos importantíssimos na construção do desenvolvimento pessoal,profissional, familiar e social. Também tenho lembranças maravilhosas do (único)ano que estudei no CAIC, ou outros anos foram vividos no Francisco Barbosa. Tínhamos diversas atividades educacionais, onde as quais ocupava nosso tempo, fazendo-nos enriquecer ainda mais. Eram jogos, cursos de artesanato, missa em ação de graças pelo patrono (Saudoso Hilton Gurgel) desfiles belíssimos. Lembro de como era bom escorregar naquele gramado, de jogar conversas no círculo cultural ao lado da quadra, das amizades que construimos e que até hoje permanecem, mesmo existindo uma distancia, pois cada um segue seu rumo e suas atividades. Seria excelente se houvesse um grande encontro com aqueles que tiveram suas vidas marcadas. Grande Abraço! JOTA VERAS

Claudio Oliveira disse...

Ah que saudade de tudo isso, Jota Veras. Quantos amigos convivemos por anos. È interessante mostrar como a harmonia do ambiente propicia esta construção do desenvolvimento pessoal,profissional, familiar e social que vc citou, amigo. E como tudo isso fez de nós o que somos hoje. Quisera eu que meus filhos pudessem desfrutar de tudo o que vivi na minha vida escolar, mesmo com as dificuldades e simplicidade do ensino público.

ZÉ VERAS FILHO disse...

Amigo,
Fico orgulhoso por te ver cada vez mais conquistando teu espaço. Tu sabes, assim como eu, o quanto era agradável e acolhedor essa nossa escola. Dali saíram, e fico feliz e orgulhoso por isso, pessoas que como você trilhou o mais belo dos caminhos, o do bem!! Pessoas que nunca desistiram de buscar e aproveitar as oportunidades as quais lhes são oferecidas. Tu sabes, que foi nessa escola que construí o meu alicerce de vida. Foi nessa escola onde te encontrei! Onde comecei a minha independência; Onde fiz amigos muito mais do que alunos, você é prova disso... Porque o que importa é o que fica marcado em nossas vidas!!Como sempre digo: Eu não estou ali apenas como professor, e sim, numa constante busca pela construção de dignidade humana, respeito e acima de tudo, construir a minha "Barca de amigos".
É lamentável ver a nossa escola hoje!! Uma escola que um dia eu a quase fiz de minha morada!!
Mas vamos continuar acreditando que ela possa ser reerguida e voltar a ser a minha escola, a tua, e das novas gerações.
Um abraço daquele que nunca deixou de acreditar nos sonhos... e que sempre te admirou como aluno, e hoje, como um grande amigo!
ZÉ VERAS FILHO

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