Senhores, gostaria de compartilhar um fato negativo e, se acharem que merece espaço em seus veículos de comunicação, fiquem a vontade 

No início da madrugada de ontem vivi uma situação que me deixou estarrecido. "Maria do Socorro Brilhante". Guardem esse nome porque trata-se de uma médica pediatra que ontem estava de plantão no Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros, em Mipibu. Da ternura de Maria (mãe de Jesus) ela não demonstrou nada. Socorro, não prestou quase nenhum e de brilhante, pelo menos ontem no que diz repeito à sua profissão, o brilho falhou.

Ao chegar em casa depois de um dia de trabalho passando das onze da noite, vejo meu filho de quatro anos, quase paralisado na cama, muito cansado, com dificuldades para respirar, chorando e queimando em febre. Embora mais cedo a mãe lhe tivesse remediado, decidi sem pensar duas vezes em levá-lo ao hospital mais próximo. Na chegada, fui bem recepcionado e atendido e rapidamente a enfermeira realizou os primeiros procedimentos. Porém, quando sentei em frente à médica que visivelmente acabara de sair de um cochilo, ela secamente pergunta o que o menino tem e sem esperar eu responder verifica que na ficha dele constava que àquelas alturas a febre havia baixado e ele estava com 36,5 graus.

- Veio fazer o que aqui, porque febre não tem? 
Disse sem eu ainda ter dito uma palavra.
- Ele estava queimando em febre, doutora, e muito cansado, além da garganta que dizia doer.
Respondi.
-Febre não. 36 não é febre. Pode ir. Isso aqui é só nebulização.
-Mas doutora, a senhora não vai nem verificar?
- Não vou não. Isso não é hora de consulta. Consulta é de dia. Isso aqui é plantão. É para atender urgência. Vai, pode sair.
- Mas a senhora acha que eu viria até o hospital a essa hora da noite se não sentisse que meu filho estava mal?
- Acho sim, que eu não to vendo febre aí. Pode ir... a próxima entre e pode sentar aqui.
Disse sem sequer esperar que eu me levantasse com o menino. Vale salientar que todo esse diálogo ocorreu sem que esta "médica" olhasse para mim ou para a criança.
Levantei-me, a outra pessoa sentou e a "médica" começou a fazer perguntas à esta.
Eu então solicitei:
-Doutora então para onde eu devo ir?
Ela fingiu que não ouviu e continuou conversando com a outra pessoa que também estava com uma criança nos braços. Voltei a repetir a pergunta ainda procurando entender o porquê de tanta grosseria e novamente fui ignorado. Quando perguntei pela terceira vez, ela respondeu irritada.
- Saia, vá aí de lado no corredor e procure uma salinha onde as enfermeiras atendem.
-Está bem doutora e me desculpe ter atrapalhado o seu sono.
-É isto mesmo, tem que aprender a respeitar. Finalizou.

Eu poderia ter gravado a conversa ou fotografado esta "médica", mas como disse, estava com o menino nos braços e naquele instante só o que me interessava era vê-lo bem, mas ela sequer observou o menino ou orientou sobre o que fazer caso a febre voltasse ou o cansaço aumentasse. Não sou médico, mas pelos contatos que já tive com tantos profissionais da área percebi que era o mínimo a se fazer e não foi feito.
O sentimento de indignação e impotência me fez escrever esta narrativa quando a mãe seguinte que foi atendida entrou com o filho na sala de observação onde meu filho tomava nebulização e relatou que foi tratada da mesma forma por aquela pediatra. Fico imaginando quantas pessoas que precisam ser atendidas passam pelo mesmo constrangimento que parte de uma profissional que um dia fez um juramento para cuidar de vidas, salvar vidas e, principalmente, se especializou em tratar vidas tão frágeis quanto a das crianças, visto que é uma pediatra.

"Maria do Socorro Brilhante", inscrita no Conselho Regional de Medicina (CRM) com o nº 3605. Torço para que quem lê este relato se um dia precisar levar seus filhos para serem atendidos por esta cidadã no Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros em São José de Mipibu a encontre com humor melhor. Mas se ocorrer, que não fiquem calados.

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